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A criança que brinca aprende melhor sobre si

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Nem precisa de brinquedo: um cabo de vassoura se transforma em cavalo; gravetos viram espadas ou varinhas de condão; caixas de papelão servem de fogão, armário, bercinho das bonecas. Na infância, a imaginação à solta é o ingrediente principal para construir uma realidade de faz-de-conta na qual a criança é protagonista, reproduzindo modelos observados ou vivenciados na ficção ou no dia-a-dia.

Pesquisadores da área da Pedagogia concordam que o ato de brincar é universal, presente desde a origem da existência humana. É, portanto, parte do processo de desenvolvimento do ser, que ele exercita ainda quando pequeno, no âmbito do descobrir, do conhecer, do testar, do agir e do interagir.

Brincando se inicia a linguagem humana; se possibilita à criança dar forma às suas fantasias e conectá-las ao cotidiano. Brincando se estimula a construção da identidade, daquilo que o ser incorpora ou rejeita como parte de si; se permite e vivência de sensações e sentimentos oriundos do convívio com outras crianças e com adultos.

“O brincar é uma maneira de expressar sentimentos e experiências interiores, ou seja, é uma forma de entrar em contato com esses sentimentos e comunicá-los”, explica a psicóloga, doutora e docente em Psicologia Zita de Barros Garcia, no artigo “A criança e a brincadeira”, publicado no site da Aliança pela Infância, organização internacional de cunho educativo. “É tão fundamental para a saúde da criança quanto dormir e comer”, acrescenta.

Há vários meios para a criança brincar, como menciona Zita: “as histórias, o faz-de-conta, as cantigas de roda, os brinquedos construídos, os brinquedos comprados, os brinquedos da natureza, etc”. Segundo a pesquisadora, “além de suprir a necessidade de a criança entender quem ela é, suas emoções e diferenciar-se do mundo, a brincadeira também nos ajuda a reconhecer a qual lugar sociocultural pertencemos”, destaca. Entre os exemplos práticos disso estão as cantigas e lendas próprias de determinado lugar, conduzidas pela oralidade. “Elas são transmitidas de geração a geração e nos posicionam no mundo”, comenta.

Angela Meyer Borba, doutora e docente em Educação, salienta o papel da imaginação como processo psicológico fundamental ao desenvolvimento do ser, “combinada com uma ação performativa construída por gestos, movimentos, vozes, formas de dizer, roupas, cenários etc”. Nesse sentido, a brincadeira coletiva é também muito importante, pois através dela se estabelecem laços de sociabilidade e atitudes de solidariedade. “Brincar com o outro, portanto, é uma experiência de cultura e um complexo processo interativo e reflexivo que envolve a construção de habilidades, conhecimentos e valores sobre o mundo”, conclui.

PRODUTO CADASTRADO NA ANVISA SOB Nº 80584310007